UE, Nobel da paz… Uma aldrabice, que a História e a realidade denunciam.

A UE não promove a paz, ao contrário, vêm desenterrando e promovendo o fascismo na Europa
Operação de Propaganda
por Pedro Guerreiro

"Com a vitória sobre o nazi-fascismo, para a qual foi determinante o contributo da União Soviética e dos comunistas, os povos afirmaram a sua aspiração pela paz, pela sua emancipação e progresso social. A resposta do imperialismo, liderada pelos EUA, não se fez esperar. Com as bombas atómicas de Hiroxima e Nagasaki, lança a corrida aos armamentos e procura através da ingerência e da guerra contrariar a onda de emancipação dos povos sob o jugo colonialista."

 
 Antecedendo o Conselho Europeu (13 e 14 de Dezembro) onde é assumido o objectivo de alcançar um acordo quanto à definição das próximas fases da União Económica e Monetária (do euro), eis que foi levada a cabo uma hipócrita e encenada operação de propaganda que teve como intenção dar fôlego à desacreditada União Europeia.

Com a cínica atribuição do «Prémio Nobel da Paz» ao pilar europeu da NATO, a UE, assistimos ao enésimo cortejo de mistificações que, escondendo as reais razões e propósitos que estiveram na origem e continuam a estar presentes na concretização do processo de integração capitalista europeu, procuram iludir que a CEE/UE foi e é um instrumento dos grandes grupos financeiros e económicos das grandes potências capitalistas para assegurar o seu domínio económico e político. No fundo, pretendem dificultar a compreensão do presente através da ocultação e da deturpação da História.

Com a vitória sobre o nazi-fascismo, para a qual foi determinante o contributo da União Soviética e dos comunistas, os povos afirmaram a sua aspiração pela paz, pela sua emancipação e progresso social.

A resposta do imperialismo, liderada pelos EUA, não se fez esperar. Com as bombas atómicas de Hiroxima e Nagasaki, lança a corrida aos armamentos e procura através da ingerência e da guerra contrariar a onda de emancipação dos povos sob o jugo colonialista.

Com o início do processo de construção de novas sociedades socialistas, a existência de enraizados partidos comunistas e de um forte movimento operário e sindical, os trabalhadores alcançam grandes conquistas laborais e sociais, nomeadamente na Europa.

Face a esta realidade, acompanhando o denominado «Plano Marshall», sob a tutela dos EUA, é criada em 1949 a NATO, à qual a República Federal Alemã adere em 1955. Asseguradas as condições e o carácter de classe do processo de integração, surge em 1957 a Comunidade Económica Europeia – estando então criadas as estruturas para o confronto com os países socialistas e as forças progressistas na Europa (e no Mundo).

Com a derrota das experiências de construção do socialismo na Europa, e consequente mudança de correlação de forças no mundo, os grandes grupos financeiros e económicos precipitaram-se na recuperação do terreno perdido após a derrota do nazi-fascismo, colocando em causa as conquistas sociais alcançadas pelos trabalhadores e a soberania dos povos.

Em 1992, após o «Acto único», a CEE metamorfoseia-se na União Europeia, assumindo os seus pilares federalista, neoliberal e militarista e avançando para a União Económica e Monetária – os ataques aos direitos laborais e sindicais, aos salários, ao sector empresarial do Estado, aos serviços públicos da Saúde, da Educação e da Segurança Social não cessam desde então. Alicerçando esta ofensiva, tratado após tratado, é colocada em causa a democracia e a soberania dos povos e são institucionalizadas relações de desigualdade e de domínio entre os estados.

Ao mesmo tempo, a UE assume-se como pilar europeu da NATO, bloco-político militar liderado pelos EUA que é responsável pela primeira guerra no continente Europeu após o fim da Segunda Guerra Mundial: o desmembramento e agressão à Jugoslávia. A UE, sob a batuta das suas grandes potências, incrementa desenfreadamente mecanismos de isolamento político e de boicote económico, a ingerência e a agressão; afrontando a Carta da ONU, desenrola-se uma escalada de guerra: após a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão, a Somália, a Líbia e agora a Síria.

UE, Nobel da paz… Uma aldrabice, que a História e a realidade denunciam.
 
 
 
 
Fonte: Jornal Avante  www.avante.pt
 
 

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