Repressão brutal contra os povos

Repressão brutal contra os povos nos Estados Unidos, México e Estado espanhol

Por Pedro Echeverría, Tradução do Diário Liberdade




1. No mundo todo, os selvagens gendarmes "da ordem" - sob mandatos de governos fascistas - abastecidos e armados até os dentes, submetem campesinos, operários, estudantes, o povo, que protesta para defender suas condições de vida.

2. Nas fotos,vemos os valentes estudantes de Barcelona, Madri e Valência, que saíram às ruas resistindo aos selvagens policiais do governo espanhol franquista de Rajoy para expressar sua indignação frente ao governo diante de cortes e medidas de austeridade que estão - disseram – "hipotecando nosso futuro". Ocorre no Estado espanhol, na Grécia, na Itália e nos estados Unidos. Em Nova York, as chamadas forças da ordem capitalista atacaram aos jovens de Wall Street e Madison que protestavam diante dos bancos e na estação central. No México, com o pretexto da luta contra o narcotráfico, se reprime a campezinos, operários e forças de esquerda. Mas as batalhas de resistência continuam.

3. Depois de ver uma dúzia de fotografias acerca da repressão no Estado espanhol e na Grécia, os crânios ensanguentados de jovens e a um ou outro cavaleiro milico usando seu sabre, me pergunto: como é possível que sendo nós os manifestantes os mais numerosos , não botamos a polícia para correr, tal como deveria ser? Bem, porque eles estão munidos de cacetetes, gases lacrimogêneos, armas longas e curtas, assim como possuem cavalos e cães para introduzi-los de assalto quando seja necessário; ao contrário, os manifestantes vamos sem carregar alguma pedra ou algum pau para que não nos acusem de estarmos armados. Pareceu que os policiais lançam toda sua fúria contra os manifestantes e pensa-se que para isso estão muito preparados. Me lembra o treinamento de militares dos EUA no filme de Kubrick," Nascido para matar". Bastará uma ideologia anticomunista para a selvageria na repressão?

4. No Estado espanhol as coisas se colocaram em vermelho vivo. A mobilização social aumenta porque tem a taxa de desemprego mais alta de sua história -5 milhões e trezentas mil pessoas, 23% da população economicamente ativa-, o aumento da pobreza – com 21% dos habitantes em risco de exclusão social- e uma economia agonizante, que está à beira de entrar em recessão. A construção, que já foi o motor do crescimento do Estado espanhol, se encontra paralizada. Mariano Rajoy e seu gabinete, puseram em marcha um programa neoliberal para reduzir ao máximo a função do Estado e suprimir gastos em prol da redução do déficit. Os sindicatos e os trabalhadores estão indignados com o governo de Rajoy por causa do decreto da reforma trabalhista, que barateia a demissão e outorga todo o poder da negociação ao empresário frente à comissão de empresa ou o sindicato.

5. Enquanto isso, o Banco Mundial publicou ontem valores alarmantes sobre as condições de vida dos habitantes do México e América Latina; elementos tão injustos que deveriam sacudir-nos e nos pôr a lutar ou pelo menos, nos defender. Vejamos: "No México, enquanto 20% mais pobre da população só realiza 3,79% do consumo, o segundo grupo de 20% de pessoas que se localiza na seguinte escala da pirâmide realiza 9% do gasto; o grupo posterior, também em direção ascendente, aporta 12,54% do consumo; o quarto grupo, 19,48% e o último, o de maior ingresso, 56,17% do total. O México é comparável ao que se observa em países da região como a Guatemala, Nicarágua, Panamá ou Paraguay, onde a quinta parte de seus habitantes na ponta da pirâmide realizam 58% do consumo, no primeiro caso e 57% em cada um dos seguintes.

6. Enquanto no México e América Central se vive esta terrível desigualdade entre o enorme ingresso dos ricos e o aprofundamento da pobreza em milhões de seres humanos, a Europa – particularmente no Estado espanhol, Grécia, Itália e frança- parece se acender pelo descontentamento dos trabalhadores que lutam nas ruas contra a lei trabalhista, a falta de trabalho, o assalto dos banqueiros e demais condições econômicas e finaceiras que sofrem. No México esses dados demonstram que os governos do PRI e do PAN – durante mais de um século- nada fizeram para solucionar o problema da desigualdade no México ou para fazê-lo menos grave. Pelo contrário, o crescimento do país demonstra a cada ano uma gigantesca acumulação de riqueza entre os poderosos empresários e políticos, assim como o crescimento da pobreza entre 70% da população. No entanto a resposta dos mexicanos é mínima, comparada com a Europa e EUA.

7. Os EUA – país culpável das grandes guerras, saques e crises no mundo há um século – parece entrar num longo período de protestos nas ruas, parecidos e ainda superiores às dos anos sessenta e setenta, contra a guerra do Vietnan e a discriminação racial. Desde as concentrações em Wall Street contra os bancos e as bolsas de valores no ano passado em Nova York, os jovens voltaram a tomar as ruas e seu alto nível de consciência anuncia que vão permanecer por muito tempo. Policiais a pé, assim como em motocicletas e patrulhas – fortemente armados- tentaram destruir as barricadas que os jovens haviam construído. Disse a imprensa: " Quando a polícia deixou desprotegido por um momento um dos lados do edifício da Pfizer, um contingente de trabalhadores do setor de saúde chamado "doutores dos 99%", conseguiu se colocar valentemente na entrada do enorme edifício".

8. Não sabemos bem a fase do capitalismo que vivemos. Ainda que Obama seja reeleito, os EUA estão sendo derrotados no Afeganistão e buscam pretextos para invadir o Irã, se é que, por acaso o exército assassino de Israel não se adiante. Porém, não medimos bem a erupção da força econômica e política dos chineses, ainda que sim, vemos que os yanques estão muito preocupados com os avanços que a cada dia alcança a China nos mercados . As batalhas das forças progressistas nas ruas da Europa, Ásia e América para contribuir com que os yanques limitem suas intervenções e seus saques. Aparenetemente os EUA sofrem uma crise terminal como império, mas desconhecemos as alianças que tenham feito para seguir dominando nas próximas duas décadas. As batalhas vão continuar pelas condições de vida dos povos; esperamos que estas sejam cada dia maiores e combativas.


Tradução de Cássia V. Marques para o Diário Liberdade.





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