Desorientação e «tacticismo»


Cavaco,P. Coelho e Paulo Portas com o "Belzebu de Sta Comba" em seus corações e mentes


Desorientação e «tacticismo»


A manifestação de 11 de Fevereiro, pela participação e combatividade, foi um «claro sinal da acentuada erosão da base social de apoio» do Governo do pacto de agressão. A evolução devastadora da recessão, do desemprego, da exploração, da regressão social e da pobreza, que se revela neste pico de morte antecipada de idosos mais fragilizados (afinal é o capitalismo que «mata os velhinhos»), resulta no avanço significativo da luta de massas e num quadro em que são cada vez mais «os de baixo» que «não querem continuar» a viver como até aqui.

«Os de cima», não apenas «podem», como intervêm de facto para aprofundar o esbulho. Mas regista-se uma sucessão de «distanciamentos» deste brutal agravamento da austeridade, que merece atenção, para identificar o comportamento das classes dominantes e dar resposta à evolução da situação e a uma eventual «crise nacional».

Sousa Tavares questiona no Expresso os caminhos do pacto e insiste nos seus «tremendismos» de «esquerda», que para a semana se tornarão numa defesa intolerante do sistema. Pacheco Pereira disserta no Público sobre a «execução» do País pelo novo tratado europeu, para voltar no futuro próximo às suas teses de serviço ao imperialismo USA. Um e outro percorrem, em sentido inverso, o caminho de Krugman, que, esta semana, passou de herói do «Estado social» a propagandista do Governo e dum corte de 30% dos nossos salários, face à Alemanha, mas que, daqui a dias, voltará ao «Keynesianismo» militante no New York Times.

Desorientados pelo fracasso da sua política, ou oportunistas de «princípios», os ideólogos das classes e sectores sociais dominantes, boiam na espuma dos factos mediáticos, tal como o PS na sua pseudo-oposição, ou o PR Cavaco Silva, que esta semana se «surpreendeu» com o desemprego e questionou a austeridade, para, no futuro, se assumir em «reserva estratégica» do pacto de agressão. É a opção pelo «tacticismo» reles, de fazer constar que estão em oposição aos seus próprios desígnios, para depois se empenharem na defesa das «inevitabilidades» do capital financeiro. No fundo, é a confissão de que a política de direita, o pacto de agressão e este modelo de sociedade estão inapelavelmente condenados.

Escrito por Carlos Gonçalves, publicado em http://avante.pt/pt/1997/opiniao/119113/









Vejam também,  vídeo no endereço abaixo, onde o Secretário Geral do PCP confronta o atual "estafeta" da UE,BCE e FMI, que exerce provisóriamente as funções de Primeiro-Ministro em Portugal.

 
Vejam,reflitam e lutem!


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